Civilização Celta

Por volta de 600 a.C., populações de diversas origens vindas da Europa Central, começaram a desenvolver, o que hoje chamamos de cultura celta. Essas tribos de diferentes origens, raramente se reuniam para se organizar e traçar um objetivo comum. Na verdade, eram povos independentes que muitas vezes lutavam entre si. Hoje, chamamos todos estes povos de celtas, porque a pesar das diferenças, todos compartilharam da mesma forma de vida, da mesma língua e da mesma religião.
Os celtas tinham a reputação de serem rápidos e enfurecidos. Eram uma sociedade militar liderada por um chefe guerreiro, que comandava bravos soldados que frequentemente se juntavam para invadir e saquear outras terras e aldeias.
Eles podem ser comparados aos romanos, mas a diferença entre eles, era que os romanos estavam invadindo terras para expandir o seu império centralizado.
Os celtas não tinham um império centralizado como os romanos, ainda assim, os celtas tinham uma cultura única e sua própria maneira de fazer as coisas. Por exemplo, quando os guerreiros conquistavam territórios, erguiam uma grande fortificação, que se chamava Oppida. Elas eram protegidas por defesas naturais como as paredes rochosas das montanhas e vales enormes. No interior da muralha, construíam suas casas arredondadas, sem janelas, com teto de madeira, palha e barro. Ao redor das casas era a fazenda, onde cabras, porcos, vacas, ovelhas e cavalos, pastavam livremente. Os colonos trabalhavam duro e armazenavam todo trigo, centeio e cevada de que precisavam para sobreviver aos longos invernos.
A população crescia até que não houvesse mais espaço, em seguida, um grupo era estabelecido para encontrar e conquistar novos territórios, assim, o processo começava tudo de novo, isso significava que os celtas estavam sempre em expansão.
Por volta do ano 500 a.C., a influência celta se espalhou da Península Ibérica ao Mar Morto. Alguns povos celtas ainda cruzaram os alpes e conquistaram terras no norte da Itália. No ano de 387 a.C., invadiram, saquearam e queimaram a cidade de Roma, assim começou uma rivalidade lendária que duraria séculos. Os romanos chamavam estes fortes guerreiros de gauleses e nunca iriam perdoá-los pela invasão de sua amada cidade.
Os Druidas
Os celtas acreditavam que as palavras tinham poderes mágicos, invocando os Deuses em suas orações, os sábios poderiam curar ou prever o futuro. Mas como não queriam cair em mãos inimigas, por conta desses poderes mágicos, eles nunca deixaram nada escrito e tentaram manter esse conhecimento em segredo. Devido a isso, se sabe muito pouco sobre eles, nos tempos modernos, as vezes, nós os imaginamos como homens altos, magros, com uma longa barba branca, vestindo túnicas com laços dourados e segurando varinhas mágicas. Esses sábios eram chamados de Druidas e eram muito respeitados, os chefes tribais sempre lhes pediam conselho antes de tomar uma decisão. Os Druidas conheciam os poderes de cura das plantas, das florestas e podiam fazer porções de extratos de folhas e ervas, que curavam as pessoas e lhes davam bravura nas batalhas. Os Druidas de diferentes tribos se reunião uma vez por ano nas florestas de carvalho sagrados, para realizar um encontro muito especial. Lá eles compartilhavam suas descobertas e conhecimentos, alguns ensinavam aos outros como fazer porções mágicas e mostravam os efeitos que elas tinham. Eles eram muitas vezes acompanhados por aprendizes, que os assistiam pacientemente para aprender os segredos misteriosos de seus mestres.
A Guerra da Gália
As batalhas entre os celtas e os romanos são lendárias, os romanos eram muito poderosos, mas tinham medo desses grandes guerreiros, a que chamavam Gauleses. E foram as batalhas contra os gauleses que causaram grandes problemas aos romanos em expandir seu império para o Norte, até que no século I d.C., um general muito famoso chegou, esse general era Júlio César, e foi ele que finalmente conquistou os lendários gauleses. Mas não foi uma tarefa fácil, foram necessários sete anos de constantes campanhas militares, até que Vercingétorix, o último rei dos gauleses, fosse derrotado e capturado por César. Durante esses anos, cerca de 200 cidades caíram sobre o domínio romano e o número de vítimas foi terrível. Acredita-se que cerca de 03 milhões de pessoas morreram em combate e que mais de 01 milhão foi capturada e vendida como escravos aos romanos. Os poucos gauleses livres procuraram abrigo na Península Ibérica e na Grã Bretânia, onde resistiram aos romanos até 42 a.C., quando foram novamente conquistados. No entanto, as últimas resistências gaulesas, conseguiram resistir na Irlanda até o século VII d.C., quando tentaram expandir-se uma última vez atravessando o mar até a Caledônia, uma região que hoje conhecemos como Escócia.
Arquitetura celta:
Ricos ou pobres, os Celtas viviam em casas simples, construídas com quaisquer materiais naturais, rapidamente acessíveis no meio ambiente local. Na maior parte das áreas isto queria dizer madeira, vime e argila, mas na Espanha e em zonas das terras altas da Grã-Bretanha, usava-se pedra sem argamassa. As casas celtas usualmente dividiam-se em dois tipos principais. Na maior parte da Europa celta, as casas tinham um plano mais ou menos retangular, mas na Grã-Bretanha, Irlanda e noroeste da Espanha eram em geral circulares. Desconhecem-se construções monumentais, a escala das construções comuns do mundo mediterrâneo antes da conquista dos Romanos, contudo o tamanho de uma casa era provavelmente um bom indicador da riqueza e condição social do seu dono, sendo os edifícios maiores, as casas ou salas para banquetes da aristocracia. A preservação das casas celtas é naturalmente melhor nas áreas onde houve um uso extensivo da pedra. Em algumas regiões construíam-se casas de madeira sobre fundações em pedra, que poderiam protegê-las da umidade e torná-las mais duradouras, mas na maior parte das áreas a madeira era simplesmente colocada diretamente no solo. Devido ao extensivo desgaste das florestas, durante a Idade do Ferro na Europa, a madeira começou a ser utilizada de modo econômico. Independentemente da planta, a maioria das casas construía-se com armações em madeira, mas partes das paredes que não tinham madeira eram preenchidas com armações de varas revestidas de lama, ou seja, treliças de ramos finos seladas com argila para torná-las à prova de água. Para os telhados utilizava-se o colmo. Os interiores das casas celtas eram escuros e com fumo - não havia janelas ou buracos para sair o fumo, porque causavam correntes de ar e deixavam a chuva entrar - porém, encontravam-se bem isoladas e à prova de água. Os Celtas não deviam sentir frio à volta das suas lareiras nas noites de Inverno. A permanente área de fumo sob o telhado era bem utilizada - sendo seca, deficiente em oxigênio e sem insetos, era ideal para pendurar e conservar a carne. Não existem muitas provas do uso de mobília, porém, relatos escritos dizem-nos que os Celtas sentavam-se em peles e comiam em mesas baixas. Apesar de as casas mais largas da aristocracia poderem ter até quatro quartos, a maioria tinha apenas um quarto, pelo que existia pouca privacidade para os seus ocupantes. As casas de leme em pedra, que foram construídas no Norte da Escócia, tinham aposentos que se ligavam a área de estar central (na planta parecem-se com uma roda radiada, daí o nome). Algumas destas divisões podem ter sido usadas como quartos de dormir, outras para armazenamento. Tal como a residência familiar, o típico trabalho de uma quinta também tinha várias dependências, tais como, estábulos para o gado, armazéns e oficinas.



